sexta-feira, 27 de abril de 2012

Welcome to London!


Amanhece tarde, escure muito cedo. No inverno, os ventos cortantes vêm direto do Ártico e o frio é de bater os queixos. Sempre nublado, sempre chovendo. O tempo é imprevisível. As pessoas têm pressa, muita pressa, e vivem correndo adoidadamente pelas escadas rolantes do metrô - então deixe a esquerda livre, faça o favor, se não quiser ser atropelado. Deve ser por isso que dizem que a Inglaterra só é boa pra inglês, mesmo. 

That's rubbish.

Nunca eu conheci lugar mais encantador. Mesmo entre a pressa e as corridinhas básicas, as pessoas são (na maior parte das vezes) cordiais, até mesmo nas longas viagens de metrô atravessando a cidade, diferentemente da capital francesa. É uma vida solitária, sim, a do londrino. A educação, porém, impera de atendentes a taxistas, que, aliás, dirigem os famosos carros retrôs que dão um charme especial à cidade. Os ônibus vermelhos de dois andares? Tudo verdade. Ficam peruando de um lado para o outro, sem parar, o dia todo.


Como turista, felizmente, não precisei me preocupar com o tempo, já que havia tanto para ver, sentir, conhecer e fazer. Londres é mágica de uma forma própria, que brilha apesar das cores tristes da cidade. Há história - séculos de vida - em cada construção, cada rua, praticamente em todo lugar que o olho bate. A emoção de passar por um endereço famoso - 221B Baker Street, Downing Street number 10, Fleet Street e segue o bonde.


A emoção ainda maior de encarar o Big Ben e finalmente poder exclamar, com indiferença: "Pensei que fosse maior". Olhar para a London Eye e receber a notícia de que está fechada para re-estofamento. Chegar 5 minutos atrasados para entrar no museu do Sherlock Holmes. Tantas emoções, boas ou ruins, tanto faz, mas ainda assim, memórias. E todas elas são relevantes, afinal, é Londres.

Trafalgar Square
Como chamar de infeliz uma cidade em que o condutor do seu translado, o típico senhor inglês, surge às 3:30 da madrugada, no frio de -1o C, para apanhar somente sua família de três pessoas no hotel, e ainda brincar de driblar cones nas ruas desertas, divertindo-se pacas, perguntando como andam seus "driving skills", e arrancando risadas de todo mundo? O sorriso vem de onde menos se espera.

Cada um tem sua própria maneira de encontrar a felicidade, e Londres, de um jeito nada convencional, com tudo para dar errado, parece ter encontrado a sua. E que só inglês entende, mesmo.

E dá-lhe, chuva.
E viva a rainha.




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