quinta-feira, 26 de agosto de 2010

KARLA HOLMES E A BUSCA DA INSPIRAÇÃO

20/08/2010

20:45

Estou sentada na minha kitnet alugada, aqui no tópico (sim, eu ainda moro aqui), jogando uma bolinha para o alto e atingindo a minha cabeça em todas as tentativas (sim, eu não tenho mira).

A Nat acabou de passar e dar notícias, e as palavras ainda ecoam na minha cabeça:

“Resumindo: Não estou conseguindo tempo e qualidade para AI.”

“Não estou conseguindo”

“Não estou”

E o papel caiu de novo na minha cabeça. “PAF”, ele fez.

Esse PAF foi a última gota. Minha cabeça já estava roxa de tantas batidas. Eu desmaiei.

E então, eu estava em um lugar estranho. Desconhecido.

Totalmente estranho para mim.

Pessoas falando em uma língua estranha, carruagens, um palácio, um relógio grande, e panfletos dizendo “VIDA LONGA A RAINHA ELISABETH”.

Sério. Que raio de lugar é esse?

Até que eu vi uma grande placa, com letras garrafais: “VOCÊ ESTÁ EM LONDRES”.

Ah. Londres. Eu já sabia...

Mas peraí. Londres não tem carruagens. Tem carros e Roberts Pattinsons.

Até que eu vi outra placa debaixo daquela: “VOCÊ ESTÁ NO SÉCULO XIX”.

Ótimo. Aqui é tudo muito bem explicadinho, né?

Quem serei eu aqui nesta realidade?

Então eu vi um burrico puxando um grande carregamento de espelhos. O cocheiro gritava “ANDA, CRIATURA!”

E eu me vi. Roupas estranhas, uma bengala. Eu sou o bisavô do Dr. House?

E então olhei mais pra cima. Óculos que dizem “dane-se” e uma cartola.

Eu sou Sherlock Holmes.

Mas aí eu vi meus longos cabelos. Não, eu sou Karla Holmes.

Mas onde será que está meu caro Watson?

Não posso ser o Sherlock sem o Watson.

Bati o pé no chão. Por que eu fui sonhar pela metade?! Pipocas...

Andei pela cidade o mais dicreta possível. Sério, ninguém se importou comigo sapateando e gritando pela rua “COMO EU FAÇO PRA VOOOLTAR? CADÊ O WATSON? Ó MUNDO CRUEEEEL!!”

Povo legal.

Passei na frente de uma livraria. Lá tinham livros estranhos, de um tal de Shakespeare. Bufei. Quem se importa com esse cara?

A única autora mesmo que eu importo é a...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!

NATÁLIA!

“Resumindo: Não estou conseguindo tempo e qualidade para AI.”

NÃO! NÃO!

E eu me lembrei de tudo.

Será que não há nada que eu possa fazer? Será que eu posso ajudar?

Vi meu reflexo em uma poça no chão.

Eu sou Holmes. Karla Holmes. É claro que eu posso ajudar.

ESTÁ DECICIDO!

VOU ATRAVESSAR OCEANOS, DESERTOS ESCALDANTES, MONTANHAS CONGELADAS, IR ATÉ A JANELA MAIS ALTA, DA TORRE MAIS ALTA (cof cof, filme errado) E VOU ENCONTRAR O PARADEIRO DA (silêncio dramático de 3 segundos) INSPIRAÇÃO DA NAT!

*SOLTA A MUSIQUINHA DE AVENTURA*

E SEJA O QUE DEUS QUISER!

***

22/08/10

05:06

Ontem foi um dia muito complicado. Rodei a cidade inteira procurando pelo meu caro Watson.

O que eu não sabia era que Watson é um nome bastante comum em Londres.

Encontrei exatos 348 Watsons.

Padeiros, sapateiros, madeireiros, cocheiros e todas essas profissões medievais terminadas em “eiros”. Nenhum deles era o meu amigo, meu caro Watson.

Mas quando encontrei militares e padres chamados Watson, lembrei da minha missão.

E iria continuar do mesmo jeito, com ou sem Watson.

Decidi que seria “com Watson”. Então roubei um pão do Watson padeiro e o nomeei Watson.

Procurei uma pensão baratinha nos confins da cidade. Aí eu lembrei que o sonho era meu e que eu podia fazer o que bem entendesse, e então materializei 100 libras, um trenzinho e uma bolinha de gude.

Então, cá estou eu. Resolvi acordar cedo na pensão para poder pensar um pouco. Quando acordei, lembrei que posso pensar a qualquer hora do dia, mas eu já havia acordado, de qualquer forma.

Onde será que a inspiração da Nat havia se metido?

Seria uma busca bastante arriscada, eu poderia enfrentar coisas extremamente perigosas pelo caminho e havia chances de eu não voltar... inteira.

Mas tudo bem, é um sonho mesmo. Se eu morrer, eu acordo e fica tudo chuchu beleza.

Também, o que é que eu estava esperando?!

Uma estrada de tijolos amarelos com placas, e uma indicação com letras em néon dizendo “A INSPIRAÇÃO DA NAT ESTÁ AQUI”?

Nãããão. Eu gosto mesmo é de perigo.

Adrenalina nas veias. E nas artérias também.

Agora virou questão de honra.

Desci os 27 andares da pensão e me dirigi ao café da manhã. Não havia ninguém lá. Não ainda.

Porque eu soltei um berro e todo mundo resolveu aparecer.

Tá que ninguém achou isso muito legal, mas como eles já estavam acordados, resolveram ficar logo pro café da manhã.

Sentamos em uma mesa, eu e Watson.

Não gostei nada dos olhares que os mendigos estavam dando para o meu caro amigo. Mas até eu reconheço que o Watson era mesmo um pão. Muito gato.

A governanta apareceu com um café e biscoitos para mim e perguntou se eu desejava manteiga. Mas o que eu iria fazer com manteiga?

- Senhora, sou uma viajante em busca de aventuras. Já rodei pelo mundo inteiro solucionando mistérios e ganhei medalhas pela minha bravura e coragem.

-Sério? – ela disse.

- Não. Mas um dia eu serei filha de um pai assim.

- Perdão?

- Esqueça – eu respondi – Escute. Eu realmente estou em uma missão, e acabei de decidir que essa missão é secreta. De importância nacional.

- E o Kiko?

- Não, não, só eu e meu amigo Watson, mesmo.

Ela segurou a cabeça com as mãos, balançando negativamente.

- E eu com isso?

- Eu gostaria que a senhora preparasse alguns quitutes para mim. Não sei quanto tempo ficarei fora, e nem para onde irei.

-Só?

-Só.

-Então tá.

-E que colocasse todos eles em uma bolsa separados por cor, textura e gosto, junto com outras coisas que certamente precisarei, como uma lanterna (isso já foi inventado?), uma corda, uma bússola, uma identidade falsa, vários pares de meia, um cobertor, uma barraca e um cata-vento.

A mulher desmaiou.

É, eu acho que deveria ter ido por partes.

Mas acredito que ela consiga isso pra mim.

Tipo, vou até dar um tempo pra ela. Umas duas horas estão de bom tamanho.

Saí rodopiando pela cidade, tudo ainda estava calmo, sereno e cândido.

O sol nem tinha aparecido direito.

E então os sinos da igreja tocaram.

E... Tudo mudou.

Portas se escancararam, todas ao mesmo tempo, revelando pessoas apressadas, que corriam de um lado para o outro, sem realmente ir a algum lugar.

É, a rotina aqui começa cedo.

Mas eu não tinha tempo para isso. Precisava de um plano. Urgentemente.

Iria começar as buscas pelas cidades, interrogando o povo.

Bati a porta de um chalé estrategicamente localizado no meio de uma praça.

Sem resposta.

Bati mais forte.

Ainda sem resposta.

Gritei “VOU ARROMBAR”.

Nada.

Gritei “EU JÁ ESTOU PREPARADA. VOU ARROMBAR MESMO.”

Tomei distância, sem me preocupar com os olhares curiosos. E fui.

Já estava me preparando para o impacto, quando, miraculosamente, não senti nada.

Sempre soube que eu era um super-herói. Até atravessava paredes...

Por isso, nem me dei ao trabalho de parar.

PAF

Uia, achei a parede.

Sabe quando você começa a ver passarinhos rodando em cima da sua cabeça?

Pois é.

Abri os olhos e vi uma senhora me encarando.

- Eu não quero comprar vassouras mágicas – ela falou.

-Que ótimo, porque eu não vendo vassouras mágicas. A propósito, sou Karla Kizem Holmes. A sua disposição – fiz uma reverência.

-Que nome estranho...

-É o que todos me dizem. Mas gosto dele. É original. Sou a única no mundo. Você pode ir no Google e comprovar.

- Google?

-Deixa pra lá – fiz um sinal com as mãos – Sou uma aventureira. Sabe, em busca de aventuras.

-Sei – ela assentiu com a cabeça.

- Então, como estava dizendo, estou em uma busca. A busca de algo que não pode ser tocado, visto ou ouvido, mas é de suprema importância. E eu preciso encontrar. Vidas dependem disso.

-Você está procurando o Santo Graal? Porque, se for, ainda estão convocando alguns cavaleiros para a Távola Redon...

-NÃO, NÃO! Estou procurando a inspiração de alguém.

- E isso é possível?

-É sim, se você acreditar.

-Pare de baboseiras, garota. Você anda lendo muita abobrinha. NÃO é possível procurar pela inspiração de alguém! Diga-me, como saberá que encontrou? Ela irá pular na sua frente, erguer os bracinhos e dizer “VOCÊ ME ACHOU, TITIA. LEVE-ME PARA CASA.”?

- Simplesmente saberei.

-Você tem problemas.

-E você não tem imaginação.

Nos encaramos por um bom tempo. Havia algo familiar naquela mulher...

-Desculpe-me – ela interrompeu – Estou passando por tempos difíceis.

-Desculpe-me, também. Eu estou atrapalhando a senhora.

-Não, tudo bem. Pode perguntar o que quiser.

-Bom, eu iria perguntar se a inspiração dela passou por aqui, mas eu acho melhor ficar calada.

Ela revirou os olhos e bufou.

-A inspiração de quem?

-De uma autora que eu conheço. Ela é muito boa, a melhor autora adolescente que eu já vi. Sério mesmo. Mas está passando por uma crise de inspiração, e todas as suas leitoras estão desesperadas. Elas querem que ela continue a história.

Os olhos da marquesa brilharam.

-Uma autora? Conte-me mais.

- Então, eu embarquei nesta missão, e não irei parar até encontrar a inspiração dela, e levá-la ao tópico em segurança.

-Criança – ela fechou os olhos como se tentasse se controlar – Essa autora do qual fala, bom, creio que não seja possível ajudá-la.

-Por quê?

-A inspiração, uma vez perdida, demora bastante para voltar. Sabe, não é aquela coisa de “eu quero que você volte, agora”. Ela, simplesmente, vem. E você tem que aproveitá-la, pois é como uma estrela cadente: passa rápido. Deve agarrá-la na primeira tentativa, senão, talvez ela demore a passar novamente. E só você pode fazer isso.

- Justamente, eu estou tentando fazer isso.

- Não, não. Só você mesmo pode fazer, ou seja, ninguém pode fazer por você. É algo bem pessoal.

-Então, realmente não há nada que eu possa fazer? – eu estava decepcionada.

-Na verdade, há sim. Autoras gostam que seu trabalho seja reconhecido. Elogie-a, fale o quanto seu livro é importante, sobre como ele é influente na sua vida. Agora, diga-me, que livro é esse?

-Provavelmente a senhora não deve conhecer. E nós já estamos fazendo tudo isso.

-Então, agora, é só esperar. Só não se desespere. Quando menos esperar, virá.

Eu sorri.

-A senhora fala com tanta convicção... Como se conhecesse do assunto.

Ela encarou o nada por algum tempo. Resolvi deixar algum espaço para ela.

-É que, eu sou escritora. Mas, nesses tempos que estamos, uma escritora é uma ninguém. Uma desocupada, como os outros dizem. Já escrevi vários romances, e quase mudei esse conceito, mas...

-Mas?

-Mas eu tive uma crise de inspiração. Em uma parte importante de o que seria a minha obra mais importante. E eu já tinha tanto prestígio... As pessoas continuaram esperando, e nada veio. E eu desisti.

-Interessante. Isso é exatamente o que está acontecendo com a autora que eu falo. Mas ela não desistiu. O... livro, é importante demais para ela. E ela quer dar um final a ele, não importa quando seja isso. Sua obra não era de extrema importância pra você?

Ela voltou a olhar para mim.

-Era sim.

-Então, não desista. Ainda há tempo. Sempre há tempo para algo se o amamos do fundo do nosso coração.

Os olhos dela brilharam. É incrível o que umas frases clichês não fazem com uma pessoa...

Ela estendeu a mão para mim.

-Ainda não me apresentei devidamente. Sou Marquesa Nana, do condado de Yorkshire.

-Prazer, senhora – apertei sua mão em resposta. Eu nem sabia por que ela estava se apresentando agora. Talvez porque ela achasse importante apresentação. Que nem todo o povo dessa época. Ô, povo estranho. E legal. Ou então... Ah, sei lá. Quem se importa?

-Se me permite perguntar, sobre o que era a sua obra?

- Bom, era um tema bastante polêmico. Uma mulher independente, que se vestia de homem e se alistava no exército para lutar no lugar no pai. Mas lá, ela se apaixonava por alguém que não deveria. Ela se apaixonava pelo inimigo... Só que eles não podiam ficar juntos.

Provavelmente, meus olhinhos castanhos, nessa hora, estariam mais arregalados que criança vendo fogos de artifício no ano-novo. Eu conhecia uma história bem parecida...

De repente, um flash de inteligência passou pela minha cabeça. Esses flashes são bem raros.

-Seu nome é Natalie?

-É sim, por que a pergunta?

Eu caí para trás.

Será? Ou eu estava ficando doida?

Marquesa Nana, Natália Marques?

Nãããão. É muita babaquice...

Ou será que sim?

Quais eram as possibilidades da mulher na minha frente ser a tataravó da minha autora preferida?

Ó, dúvida cruel que me consome, por que existes?

-Você está bem?

Foi aí que eu percebi que REALMENTE tinha caído para trás, com as perninhas pra cima. A minha sorte é que eu usava calças.

Levantei em um salto.

- Você planejava deixar os dois juntos no final?

-Não. A história seria trágica. Um morreria salvando o outro.

-Por quê? As pessoas gostam de finais felizes. Sabe, todo mundo se sente melhor lendo uma coisa agradável, divertida. Faz bem pros nervos. Por que você não junta os dois? Talvez até você se sinta melhor escrevendo. Por favor, tente.

Ela suspirou.

- Sabe, isso pode até ser uma boa ideia.

-Acredite, é uma boa ideia. É o futuro.

-Como assim?

-Você verá. Ou melhor, seus descendentes verão. Ainda não li nenhum de seus livros, mas tenho certeza que és muito boa. Deve estar no sangue...

Ela estava com uma cara meio confusa. Nem me importei.

Olhei para a janela. Já devia ser meio-dia.

-Obrigada por tudo, minha senhora – eu disse – Mas preciso ir. Não irei continuar as buscas, já aprendi a minha lição, mas sei o que fazer. E acho que a senhora também. Esperarei por notícias suas. Por favor, não desista. E se não souber o que colocar no final, ponha um “e eles foram felizes para sempre”.

Ela fez outra cara de desentendida.

-A senhora não conhece essa expressão?

-Não.

Aí eu me lembrei. Estou no passado, a eletricidade ainda não existe. E provavelmente esta expressão também não. Mas já que eu estou aqui, vou deixar a minha contribuição...

- É muito boa. Tenho certeza que fará muito sucesso. Pode usar como ideia sua. Eu não me importo.

-Tudo bem.

Eu já estava me dirigindo à porta com a minha bengalinha, quando senti algo tocando meu braço.

-Ei, muito obrigada, também. Boa sorte em tudo que tentar fazer na sua vida. Adeus.

-Adeus.

E a porta se fechou.

Tudo parecia normal. As pessoas ainda corriam como loucas de um lado para o outro.

Suspirei. Era muita informação pra um dia só.

Voltei para pensão, e a governanta apareceu equilibrando uma bolsa pesada com os braços.

- Aqui, senhorita. Tudo que você pediu. Tive que rodar Londres inteira, mas consegui.

-Não precisarei mais. Pode jogar fora.

Ela me encarava incrédula.

Eu fui embora.

Subi para o meu quarto no 27º andar, com meu fiel companheiro Watson na bolsa.

Minha aventura já havia acabado.

Espero ter a oportunidade de enfrentar dragões roxos com listras cor-de-burro-quando-foge da próxima vez.

Afinal, o sonho é meu.

AH! É UM SONHO, POXA!

...

E agora? O que eu faço?

Talvez eu volte. Será que alguém sentiu minha falta?

Aliás, o que eu faço mesmo pra voltar?

AH, SIM! Vi em algum lugar que quando você morre do seu sonho, você acorda. Eu podia tentar morrer do jeito mais legal possível, e ainda acordaria! VEJA QUE MARAVILHA!

Decidi que iria morrer pulando de um penhasco. Parecia uma boa maneira para morrer.

Mas antes, precisava ter a garantia de que meu amigo Watson ficaria bem. Andei pelas ruas, e vi um senhor maltrapilho sentado no chão pedindo esmolas. Ele me disse que cuidaria muito bem dele. Como as pessoas aqui são meigas, né?

Não sei como, em um momento estava acenando para uma freira, e no outro parada na beira de um penhasco. Pelo menos assim eu economizava metade da viagem.

Não pensei duas vezes e pulei. Mas eu nunca cheguei a sentir a água cobrindo meu corpo.

-KARLAAAA – ouvi alguém gritar.

-O QUE É??? – gritei de volta.

Mas que droga, bela maneira de voltar de um sonho SUPER. Ninguém NUNCA me visita aqui no meu place, só o pessoal da Moderação quando aparece pra cobrar aluguel. JUSTO HOOOOJE RESOLVEM VIR?

- Eu saí correndo da academia, xinguei o motorista do ônibus e dei cotoco pra um cachorro na rua. Tudo pra ver se tem post hoje – minha amiga disse.

-Credo, pra quê tudo isso?

-Bom, agora que você falou... Não sei. Mas é costume. E eu estou desesperada.

-Cara, o que será, será. Eu sei que você está desesperada, eu estou desesperada, todos nós estamos desesperados. Sacas? Mas não deixe que isso atrapalhe a sua vida. Sério mesmo. Só faz mal pra todo mundo.

-De qualquer forma, quer ir lá dar uma conferida?

-Não, não. Hoje é terça. A Nat não posta hoje. Aula de inglês.

-Mas e se...

-Sem se. Posso lhe garantir que HOJE não tem.

-Tudo bem. Agora que você acabou com a única diversão da minha vida, o que iremos fazer?

-Olha pra esse lugar, criatura. É cheio de treco. ALGUMA COISA de legal deve ter.

Ela remexeu um baú colocado pelo pessoal da cenografia, que só pode ser aberto por uma chave em um cordão. Não, eu não sou viciada.

-Hey, achei o Monopoly. Eu sou o verde – ela disse.

-Eu sou o roxo.

-Não tem essa cor.

-MAS QUE DROGA! Táá, eu sou o verde.

-Mas eu já sou o verde.

-Escolhe outro.

-Tá bom... – ela se convenceu.

-Mas será que a gente pode dar só uma olhadinha? – o olho esquerdo dela tremeu.

-NÃO! Precisamos de uma vida social. Lembre-se disso. Estamos sendo pessoas normais. Era assim que as pessoas faziam no passado.

-Que papo de passado é esse, logo agora?

-Nada não... Olha, comprei a Barra da Tijuca.

FIM

E elas foram felizes para sempre... Ou até o próximo post da Nat, o que já é o bastante.

Tááá, parei. Juro.

MACUMBA

Alguém aí sabe uma macumba pra curar falta de inspiração?

EU SEI! EU SEI!

Eu sei uma macumba legal pra isso.

Primeiro, a gente dá 3 voltas ao redor de uma montanha cantando "My Heart Will Go On".
Detalhe: só pode ser o refrão.

Aí, depois, temos que achar uma laranjeira e ficar reverenciando todas as laranjas que caírem, pedindo para que "algo caia dos céus assim como as laranjas". Detalhe: a laranjeira tem que ser alta.

Por último, temos que montar um acampamento na meia-noite do dia em que começamos a macumba, pra dar sorte.

Mas se bem que a parte do acampamento é só diversão, mesmo. MAS QUE FUNCIONA, FUNCIONA!

Funcionou com um amigo da prima da tia do vizinho do dentista do cunhado da irmã que eu não tenho.

É TIRO E QUEDA PRA FALTA DE INSPIRAÇÃO!

VIVENDO NO TÓPICO DE AI – PRIMEIRO DIA

Oi, gente!

Estou em estado de euforia! Finalmente realizei meu sonho! Já sou uma garota independente, que não precisa do pai para pagar as contas (espero que a Nat não comece a cobrar aluguel...).


ENFIM! ME MUDEI PARA O TÓPICO!


Sabe, eu estava achando ele muito paradão sem a Nat aqui por perto para nos alegrar com um “vou começar a postar agora”, então resolvi pegar a escovinha de dentes e o ursinho de pelúcia e alugar um quarto aqui.


Como eu já disse antes, estou procurando alguém pra instalar a TV, o chuveiro elétrico e o porta-treco-em-tamanho-gigante-sim-eu-preciso-de-um. E, antes que alguém pergunte, sim, eu achei o banheiro.

Como achei que a Nat não iria se importar, colei um bando de posters do Gege aqui pelas paredes do quarto com aquela cola Super Bond. Se não sair, o problema já não é meu. É do próximo inquilino. E AI DELE (sacou, sacou? AI !! noffa, ignorem) SE NÃO GOSTAR DE MILITARES!

Arranjar comida aqui tá meio complicado, mas sempre que bate aquela fominha, eu vou até aquelas fics de culinária e me satisfaço (com destaque para os cookies de Wide Awake. Alguém aqui já leu? Eu AMO essa).

Dormir é relativamente fácil, mas complica quando o povo resolve UPAR o tópico bem no meio da madrugada. Ninguém respeita mais o sono alheio, não?

Então, já me resolvi. Viverei aqui até a Nat me expulsar. Ou até eu cansar e voltar correndo pra casa da mamãe.

***

Espero que o meu PRIMEIRO momento de babaquice no dia alegre alguém. Porque eu já não sei mais o que inventar pra me distrair enquanto o seu lobo não vem, digo, enquanto a Nat não vem.

E não podia terminar meu momento babaquice sem um

TEAM GENERATO 4EVER!

QUE LULA, QUE NADA, OBAMA! O “CARA” É O GEGE!

***

Pronto, acabei.

A DECISÃO

COMO É POSSÍVEL QUE DE REPENTE...RELIGIOSA ESTEJA NA FRENTE DE A INFILTRADA NA ORDEM DO FÓRUM?

Bom, agooora não vai estar mais, porque eu tô comentando aqui, mas só porque eu comentei uma vezinha lá que já vai correndo pra primeira página?

AGORA JÁ ESTÁ DECIDIDO!

*pega as malas*

VOU MORAR AQUI NO TÓPICO!!

ESTÁ MUITO PARADÃO...

E É BEEEM MAIS BARATO QUE O MEU CONDOMÍNIO!!

Vou instalar ar-condicionado, porque eu tô em Manaus, chuveiro elétrico, televisão e...

O.O

Onde é que fica o banheiro??

O GENERAL NAPOLEÃO OU O GENERAL E O NAPOLEÃO

Estamos há o quê? Duas semanas sem Gege?

Lembra daquele papo de "eu vejo o Gege em todos os lugares", inclusive nesse emoticon G.G? (abafa)

Pois é. Acho que fui mal na minha prova de história?

Aí é a hora que vocês perguntam: Mas o que isso tem a ver com o Gege?

Ana Karla explica.

Na minha prova ia cair sobre Revolução Francesa, e lá estava eu, tentando me concentrar na leitura. "FOCO, ANA KARLA! FOCO! NÃO PENSA NO GEGE! NÃO PENSA!"

Tinha um parágrafo que era assim:

"O general de maior destaque nessas invasões foi Napoleão Bonaparte. Ele foi encarregado de comandar o recém-formado Exército do Oriente, que partiu para o Egito com o objetivo de criar obstáculos aos negócios britânicos no Mediterrâneo."


MAAAAAS, A MINHA CAG (CRISE DE ABSTINÊNCIA DE GEGE), FEZ EU LER OUTRA COISA:

O general de maior destaque nessas invasões foi Edward Cullen. Ele foi encarregado de comandar arecém-formada turma de novatos da NSA, e que partiu para a Rússia com o objetivo de criar obstáculos aos negócios da máfia Volturi na Itália.


E SÃO POR ESSAS E OUTRAS QUE EU ACHO QUE A MINHA PROVA DE HISTÓRIA FOI UM COMPLETO DESASTRE!!!!!!!!

GEGE! POR QUE ME ABANDONASTE???


Brincaderinha...

EU TIREI 10 NA PROVA! Maaaas, para todos os efeitos...