sábado, 5 de maio de 2012

1º ENCONTRO SHERLOCKIAN MANAUS 05/05/12


Então, pessoal, custou, mas rolou. O que começou com quatro gatos pingados sentados comendo batata frita terminou com cerca de dez gatos (ainda pingados) sentados numa mesa redonda, felizes, discutindo temas polêmicos da minha pauta.

Pauta esta que estava dividida em RANDOM QUESTIONS, RELEVANT QUESTIONS E POLEMIC QUESTIONS. Com coisas desde "Desabafe sobre o Hiatus" até "Sherlock & Sexualidade ou Sherlock em 'Experimentando a fruta'". Falamos sobre essa benção que é o Benedict Cumberbatch e por que o John é perigoso. Também discutimos HORAS sobre Johnlock, que gosta, quem não gosta, e eu apresentei o piloto a quem não conhecia.

O mais engraçado é que um pessoal aleatório ficou sentado por 3 horas no lugar errado, esperando uma tal de "Karla do blue scarf" aparecer, sendo que nós estávamos sentadas a 10 metros de distância o tempo todo. Relevando essa parte, FOI DIVERTIDO PACAS.

Nós assustamos as pessoas que estavam almoçando/lanchando por perto com nossos surtos de felicidade do tipo "WHERE HAVE YOU GUYS BEEN ALL MY LIFE", but I regret nothing.

Com minha pauta, o iPad da glória, Rachel, Jacqueline, Rebecca, Palloma, Aline, Bruno, Thiago, Larissa e eu, Karla, o dia 5 de maio ficará marcado para sempre na história do Manauara Shopping como o dia que os doidos fugiram do hospício, e para nós o dia em que o amor Sherlockian finalmente se encontrou e se espalhou nessa cidade.

Valeu por tudo, pessoal, e até a próxima!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

As Crônicas de Dora, a Aventureira


Eu sei, eu sei, provavelmente o Brasil todo e boa parte do Zimbábue já ficaram sabendo dessa história, mas bloggar é preciso. Bloggar é vida, então sentem-se.

Às vezes eu penso que se contar algumas coisas que acontecem na minha vida, ninguém acreditaria. Porque, afinal, se fosse eu, também não acreditaria. Ou pensaria que você tem uma "Meu Deus, menina, você tem uma sorte do caramba".

De qualquer forma.

Lá estava eu, quarta-feira à noite, sentada no computador, cansadíssima após nossa bendita aula integral das 7:30 da manhã às 18:00 da tarde. Minha mãe foi deitar no quarto dela. Já era mais de 21 da noite. Até aí, tudo normal.

Quando de repente, ela solta O grito. O pai de todos os gritos. Que eu nem sei se grito foi. Só sei que em um segundo ela já estava arfando no escritório, como se tivesse acabado de ver o Fantasma da Ópera.

-Tem um gato branco na minha cama.

Demorei alguns instantes para processar a informação. Um gato? Mas nós moramos no 11o andar. Sem bichos. Aparentemente, sem vizinhos. E vem a minha mãe e diz que tem um gato, ainda mais BRANCO, sentado na cama dela.

Não levei a sério, logicamente. Ela estava reclamando muito semana passada de pesadelos com bichos - aranhas, cobras - subindo no lençol, então só poderia ser mais uma dessas coisas. Certo? Não.

Ela já estava em pé em cima da cadeira quando decidi averiguar. Me senti em Supernatural, caçando demônios. E se tivesse mesmo a porcaria de um gato branco rondando pela casa? Tava tudo escuro, quieto, calmo, assustador.

Quando eu ouvi o miado. E um vulto branco correndo pela sala.

Três segundos e meio depois, já estava de volta na cozinha, abrindo a porta de casa pro demônio sair. Acabou que quem saiu fui eu.

Minha sorte foi naquele momento ter ouvido no apartamento ao lado alguém gritando da varanda "DORA? DORA?". Foi só juntar os pontinhos a partir daí.

Virei para minha mãe, que ainda estava paralisada, e falei tranquilizante: "A vizinha tem uma gata chamada Dora que passou pelas grades da varanda enquanto nós estávamos distraídas e foi parar no seu quarto. Sem pânico".

"Como você sabe disso?"
Sorri.

Ainda sorrindo afetadamente, fui bater na porta da vizinha. Ela abriu sem fôlego, abriu a boca pra falar e eu: "Você tem um gato chamado Dora?". 
"SIM".
"Ela está na cama da minha mãe".

Toda sem jeito, morrendo de vergonha e vontade de matar a "Teodora", a moça me acompanhou até dentro de casa, quando a batalha começou.

A Dora não tava a fim de sair de lá de jeito nenhum. Saiu correndo pela mesa de jantar, subiu no sofá, foi parar de novo nos quartos, até que enfim foi encurralada.

A moça, ainda querendo se enterrar em algum buraco, levou a Dora de olhos fechados, para ela não achar o caminho de volta, eu acenando retardadamente adeus para minha nova amiguinha peluda, a moça roxa, minha mãe verde, e a noite com um lindo céu azul. Muitas, muitas cores.

Um gato branco no quarto da minha mãe. Deitado na cama com ela. Pois é.

Basicamente, foi isso.

Ah, como eu adoro a minha vida.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Third Star


Existem muitos filmes que você só assiste mesmo por tabela. Por causa daquele ator famoso que você gosta, e está a fim de conhecer mais do seu trabalho. Aí você pensa, ah, por que não. 

A maioria desses filmes são pequenas produções, algumas até mesmo chatas, mas você assiste do mesmo jeito. É difícil.  Até mesmo por causa da acessibilidade, caso o ator seja estrangeiro e os filmes nem tenham título em português. Vida de fã é dura.

Role algumas páginas do meu blog e descubra quem é Benedict Cumberbatch. Pensando melhor, fique por aqui mesmo. Dá menos trabalho. É claro que fã não pode ter esse pensamento. Fã vai atrás. Fã burla SOPA e acha links. Mas esse, esse link parecia inalcançável. Todos fora do ar. Procurei o filme por dias, flutuando no limbo, até que um anjo em forma de outra fã se revelou e me salvou.

De tão conhecido, o filme nem tinha a opção de legenda para baixar. Sem problema. Achei uma em inglês, tentei sincronizar, não deu certo, e ficou por isso mesmo. Não sei como espero que vocês assistam o filme depois dessa, mas mesmo assim, fã precisa compartilhar.

Third Star é um filme britânico de 2010, dirigido por Hattie Dalton, estrelando Benedict Cumberbatch (Sherlock), J.J. Field, Tom Burke, Adam Robertson e Hugh Bonneville. Gênero? Comédia/ Drama.

Conta a história de James (Cumberbatch), 29 anos. Nunca verá os 30. James é um paciente terminal de câncer, que embarca em uma última viagem com seus amigos para o seu lugar preferido no planeta, a Baía de Barafundle.

Tipo de filme que você já sabe exatamente como vai acabar, mas não sabe (ou não quer saber) como vai chegar até lá. Porque é doloroso. Aliás, é por isso que não recomendo o filme para o público mais sentimental. Você vai passar horas pensando, pensando, chorando, pensando mais um pouco, até ficar louco. Esteja com a mente sã antes de apertar o play. Resolva todos os seus problemas, dê tchau para sua família, tudo em caso de uma emergência. E avise a alguém o que você está indo fazer, de preferência.

Fiquem avisados que Third Star é um filme poderoso. Tem um ritmo contínuo, nem tão lento, nem tão rápido, fazendo com que você mergulhe de cabeça na história e nos conflitos existenciais dos personagens pela sua 1 hora e 30 de duração.

O que você faria se seu melhor amigo no mundo tivesse pouquíssimo tempo de vida sobrando? Como reagiria? O que você faria se pudesse morrer a qualquer momento? Se a dor fosse insuportável demais? Como viveria os seus últimos momentos? Como conviveria consigo mesmo? Odiaria-se? Conformaria-se? Daria fim ao sofrimento o mais rápido possível? O que significa ser um amigo? E para quem fica? Como fica?

Esses questionamentos passam pela cabeça como raios durante a história. As atuações espetaculares tornam tudo ainda mais realista e aterrador. Há o alívio cômico, é claro, mas logo o filme volta para o que interessa.

A cada dificuldade - a perda do carrinho, dos suprimento, dos remédios - até o coração mais insensível se aperta. Os gritos de dor de James são quase impossíveis de suportar. Tive que abaixar o volume algumas vezes, pois as cenas eram fortes demais até mesmo para mim. O filme é uma experiência dificílima, especialmente para aqueles que conhecem ou conheceram situação parecida.


Mas nem tudo sobre o filme é dor e sofrimento. Ele é magnífico porque é belo, desde sua fotografia às suas lições de  vida, que são verdadeiros baldes de água fria. "E o que exatamente eu estou fazendo com a minha?"

Também o filme é repleto de reflexões sobre os pensamentos de James quanto ao que há do "outro lado", que geram comentários divertidos e non-sense sobre estar "dançando nas estrelas", fato este que explica o título da história, "Third Star", uma referência à localização da Terra do Nunca.

"... the third star to the right, and straight on till morning..."
"Isn't it the second star?".
"Oh, fuck it".

O filme termina de uma forma abrupta, cortante, você esperando por um desfecho mais esperançoso, algum discurso para mudar a sua vida, qualquer coisa, mas então você percebe que foi isso que o filme fez o tempo todo. E só então toma alguns instantes para se acalmar.

Se eu estivesse em uma audiência, todos teriam ficado em silêncio também. Mas era só eu, por isso passei os próximos minutos encarando um pontinho interessantíssimo na minha mesa.

Nunca, em muito tempo, um filme chegou tão longe em mim. Outros passavam só pela cabeça, ficando lá somente pelo resto da tarde até serem deletados completamente, outros passavam pela boca com suas risadas e gargalhadas, outros pelos olhos com seus mistérios.

Third Star foi sentido em um lugar mais íntimo. E que continua batendo erraticamente toda vez que essa emoção toda vem à tona. Haja fôlego.