sexta-feira, 16 de março de 2012

E a culpa é do detetive

Assistir a um episódio de Sherlock é uma experiência única - em todas as vezes. Você sempre desvenda algo novo e se sente mais inteligente. E inevitavelmente mais burro, burro, muito burro. Tão burro que você nem se preocupa mais com o fato de ser burro, já se conforma com isso. Sou burro e pronto.

Tão burro que você percebe que não é burro. Só não é o Sherlock. E você sorri ao lembrar que é uma mente normal. De qualquer forma, você ainda tenta aplicar métodos de dedução com as pessoas da rua, inconscientemente, e é claro, sem sucesso. Como ele consegue? E fica ainda mais apaixonada e maravilhada e renovada com a série.

Já que não podemos ser gênios, ao menos podemos citar Sherlock e associar Sherlock a tudo no dia. Tudo mesmo. Desde aulas de filosofia sobre John Locke a ouvir Britney Spears no carro. Everything is Sherlock and everything hurts.

Ao menos, alguns de nós são sortudos e tem amigos sherlockians para surtar por aí. Eu, felizmente, sou um exemplo. E continuo espalhando o vírus por aí. Ninguém até o momento assistiu e não gostou. Obviamente. 

Outra vantagem de Sherlock é a universalidade. Pode assistir com pai, mãe, irmão, tios, amigos, todos irão concordar sem reclamar. Afinal, é Sherlock Holmes. As pessoas querem se sentir cultas, por isso assistem. E no final saem mais burras, mas isso não importa.

Minha mãe assiste Sherlock comigo. Fazia um tempo que nós não nos falávamos direito, eu passei umas semanas morando longe e ninguém ousava abrir a boca se não lá vinha outra discussão. Bastante tenso. E quando começou a assistir comigo, aquele passou a ser um momento nosso da semana.

Um momento que consistia, basicamente, em colocar o episódio na televisão, ficar quieta, comer pipoca, ela fingir que está entendendo, eu fingir que estou tudo bem com isso e ter 1 hora e meia de calma, paz e serenidade. 

Aos poucos, ela passou a gostar. Do jeito dela. Acho. "Who knows what's going on in that funny old head of hers". E enquanto isso eu fico aqui escrevendo "IOU" em carteiras, assistindo a filmografia dos atores, criando e aperfeiçoando o meu Palácio Mental, sendo feliz do meu jeito sherlockiano de ser.

Faltam dois episódios para o final da Season 2, e ela já perguntou quando iremos assistir novamente. "Logo", eu digo. 

Na verdade, eu só não quero que acabe tão cedo.


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