sábado, 11 de agosto de 2012

Oh, that´s Brazilian for "Suck it"


É feio não saber perder - se jogar no chão, quebrar a raquete, chorar, puxar os cabelos, vaiar a torcida adversária, xingar Deus e o mundo na rede de televisão mais próxima. É suficiente para deixar qualquer nação roxa de vergonha. 

Mas tão feio quanto - e aí que está o problema - é não saber ganhar. Convenhamos, ganhar é muito bom.  Principalmente dos americanos, não vou mentir. Saber o quanto merecemos a vitória, o quanto nos esforçamos para o ouro, seja na quadra, seja na torcida, seja pulando na frente da TV, isso sim não tem preço. Ver o Brasil todo na mesma batida, na base do "guenta, coração", famílias se abraçando, redes sociais indo à loucura.

Todos com "muito orgulho de ser brasileiro".

Certo, certo, eu entendo, é a emoção do momento. Como eu disse, é ótimo ganhar. Mas de que adianta endeusar o Brasil hoje para amanhã já recomeçar o processo de rejeitar/menosprezar/diminuir tudo que é nacional e dizer que aqui nada presta mesmo? Mas esqueçam esse argumento por ora. Nem eu sou adepta dele, já que patriotismo não é comigo.

Mas é que não é isso... é que o povo ainda exagera. E aí é que entra o tão famoso, o tão rude, o tão  brasileiro - o "Chupa". E é chupa isso, e é chupa aquilo, e é chupamos todos nós. Eu chupo, tu chupas, os americanos que se chupem, e eu nem consigo arranjar o ânimo pra continuar. 

Que feio, Brasil.
Eu nem sei onde vocês pretendem chegar quando fazem isso. Não sei o objetivo. É reconhecimento internacional? Mostrar pro gringo que "hey, hoje a gente arrasou com seu pessoal"? É levar tapinha nas costas e receber com muito sotaque e sorrisinho de lado um "Parabéns" meia-boca? É realmente rebeber - mesmo que temporariamente - essa adoração ridícula e ilusória?

Porque, companheiros e companheiras, o efeito é justamente o contrário. Eles (os americanos, o resto do mundo) só recebem mais uma confirmação daquilo que sempre ouviram a vida toda, e nem dá para culpar: "Brazil isn´t a serious country".

Mas não importa, porque tudo aqui no final vira piada mesmo. E vão argumentar contra dizendo que foi justamente essa a intenção - fazer piada. Certo, tudo bem, realmente, vocês conseguiram uma piada. Nada contra piadas, nada contra humor Rafinha Bastos, nada contra a liberdade de expressão. Piada é piada e pronto. Não importa se não atingiu o gringo, não importa se realmente foi engraçada.

Mas só peço que lembrem-se:
Pessoal, se tá na Internet, tá no mundo. E não tem como apagar. Os tweets vão. A piada perde a graça. A  vergonha nacional fica.  Então, por favor, controlem-se. 

E assim talvez estaremos fazendo um grande favor para o Brasil. Brasil com S, aliás, não Z.

Brasil, Brazil... afinal, qual dos dois é a caricatura do outro?

OBS.: Grande jogo, meninas do vôlei. Grande jogo.

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