quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vivendo como paulista

Este post faz parte da série Semana Maluca em São Paulo.

Vida dura essa de paulista. É ônibus, metrô, trem, metrô, trem, ônibus, gente empurrando, corre pra sentar, respira o ar poluído, sente o cheiro do rio Tietê, se protege do frio, vai pro trabalho, quase morre pra voltar pra casa... Enfim, adrenalina pura.

Por 5 dias, esta foi a minha realidade. Estava em São Paulo para visitar com meu pai a feira Eletrolar, de (logicamente) eletrônicos e coisas para o lar. Basicamente, aspirador de pó e mouse. De todos os tipos, formas, tamanhos, cores, que fazem barulhinho, que não fazem barulhinho, e segue o bonde.

Adorava ficar olhando, quase todo dia, as pessoas que via passando pela cidade ou andando no metrô. Pessoas comuns, eu e você. Era sempre uma história diferente - a moça conversando com o recém-namorado, os dois mui apaixonados; o executivo atrasado pro trabalho, correndo loucamente...

Era fácil descobrir que eu era turista. Ficava olhando fascinada para todos os lados, pela janela do trem, enquanto todos continuavam calados e de cabeças baixas, esperando a sua estação para saltar fora. Pena. Fico imaginando se perderia a graça, o encanto, se eu morasse lá também.

Mas toda rotina tem seus momentos.

Lá estávamos, eu e meu pai, esperando o trem já há quase 10 minutos. Um rapaz novo, bem vestido, se aproximou da plataforma, ouvindo música com os fones de ouvido do celular. Até que a anta larga o celular e deixa ele pendurado só pelo fone - praticamente implorando pra ser exercitar suas asinhas e sair voando. Dito e feito. O celular caiu, quicou três vezes e foi parar perto dos trilhos do trem.

Todo mundo virou para encarar, logicamente. Eu, por exemplo, tive um ataque de risos. O moço ficou acenando para um operário que trabalhava por perto, pra "Pelo amor de Deus" buscar o celular antes que o trem chegasse. O homem ficou com uma cara "tô vendo nada não..." e ficou por isso aí.

O trem chegou, e não se sabe se o celular foi partido em 28473246 pedacinhos. O rapaz parecia estar num dilema "embarco ou não embarco?", mas acabou desistindo e foi mesmo no vagão logo atrás da gente.

Outro dia, também no trem (tudo acontece lá, deviam ver), estávamos voltando daquela avenida QUE TEM LOJA DE ROUPA PRA TUDO QUANTO É LADO, acho que o nome da rua/avenida era José Paulino, vou pesquisar mais tarde, lá no Bom Retiro. Até aí, tudo bem.

"Lalalalala" - cantávamos no caminho de volta. Mas então, não sei como, não sei de onde, o trem estava lotado, era gente pra tudo quanto era lado, tinha uma senhora esparramada feito ovo frito na porta, e ninguém conseguia sair.

Estávamos CHEIOS DE SACOLAS, e só conseguimos sair umas três estações após a nossa, a Berrini. Ou melhor, "fomos saídos", já que ninguém conseguia se mover por conta própria lá dentro. Sabe aquela coisa de dois corpos não poderem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo? Tudo baboseira, conversa pra boi dormir.

Aliás, falando nisso, São Paulo não dorme. Nem com o frio. Porque, PELAS CEROULAS DE MERLIN, 8 graus à noite? Faz isso comigo não. Eu gosto de frio. Gosto mesmo. Mas não de sentir frio. E se for pra sentir frio, que VENHA A NEVASCA, não fique torturando tanto assim.

E é com essas belas palavras que terminamos nossa estadia em São Paulo - bem resumida, eu sei -, mas não se preocupem, pequenos gafanhotos.



No próximo post... Campos do Jordão.
A cidade em que todo mundo é turista.
Que toda mulher é bonita...
...e que todo mundo é feliz, no frio mesmo.

 

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