domingo, 17 de abril de 2011

Conheçam Marina, meu amor

Este post faz parte do especial DIÁRIO DE UMA VIAGEM PARA FLÓRIDA - THE SUNSHINE STATE. Parte 8.

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Você sabe o que mais tem nos Estados Unidos?
Se você, espertinho, disser "americanos", errou.

Nos Estados Unidos, tem muito é brasileiro. Verde e amarelo. Ou pelo menos, na Flórida tem.

Lojas brasileiras, atendentes brasileiros, restaurantes brasileiros... todo mundo é feliz. Você se sente em casa... e isso é ruim, porque você deu o maior duro pra sair do país e... parei.

Teve uma vez, lá no começo da viagem, que nós fomos pro único lugar que ainda tava aberto às 22 da noite. Pizza Hut. Sim, as coisas lá fecham cedo. E quando chegamos, tava a maior fila.

Tudo brasileiro.
Engraçado é que, embora sejamos um país de proporções continentais... todo mundo é igualzinho. Olha a ironia. XD

O que eu quero dizer, é que todos, de Norte ao Sul, temos os mesmos hábitos. E em outros países, isso se repete. Acordamos nem tão cedo nem tão tarde, vamos ao parque, compramos as coisas por último, aí seguimos para um restaurante. De preferência brasileiro. De preferência o Vittorio's ou o Camila's. Esses aí fazem a alegria da rapaziada...

Comida tipicamente... nossa. Mineira, pra ser mais específica, mas qualquer coisa que não seja hambúrguer e pizza já tá bom. E lá pelo final da primeira semana, você já tá doido pra comer uma farofa... e feijão também.

Pense num lugar lotado.
Você diria que é o próprio Brasil, se não olhasse pras roupas de frio de todo mundo. Ah, e pros cachecóis de Harry Potter também. E os bonés do Mickey...

E foi num dia desses, lá no Camila's... que eu conheci a Marina.

Estávamos lá, jantando, felizes, assistindo os primeiros capítulos da chatice de Insensato Coração na Globo Internacional, esperando que mais um dia feliz acabasse...

Na mesa, papai estava pro lado de lá, e eu e o Carlinhos estávamos pro lado de cá [?], de frente pra TV, ele na direita e eu na esquerda.

No nosso lado, mãe, filha e filho comiam igualmente felizes. Ou quase. A mãe e o filho sentavam pro lado oposto da televisão, e a filhinha sentava sozinha do outro lado, tentando assassinar o garfo.

Ela era muito desastrada. A mãe estava sempre repreendendo a pobre. "MARINA, PARA COM ISSO, MINHA FILHA! VOCÊ ESTÁ COM O CABELO NO FEIJÃO!", essas coisas.

Oh, Marina.
Ela devia ter seus 8 anos.

Até que Carlinhos foi pegar mais comida. Tudo bem. Quando voltou, se deparou com uma cena fantásica. Marina queria pegar o guardanapo, que estava debaixo do copo monstruoso de refrigerante. O mais lógico a se fazer, é claro, ERA PUXAR O GUARDANAPO COM TUDO E REZAR PRA SER O QUE DEUS QUISER. Obviamente, o copo de Coca foi derramado todinho na mãe e no irmão.

A essa altura, EU já estava rezando pela Marina.

A mãe meio que se levante e grita pausadamente, mas com raiva: "PORRA, MARINA, MEU AMOR! VOCÊ NÃO TEM JEITO MESMO! É MUITO DESTRAMBELHADA!".

Porra, Marina, meu amor.
"Eu não vou rir, eu não vou rir, eu não vou rir", acho que já estava meio roxa.

Sabe aqueles momentos em que você daria tudo por uma câmera de vídeo?
Perdi o que seria o maior sucesso do YouTube de 2011.
Mas isso a gente supera.

Agora, se a Marina supera, não sei.


No outro dia, estávamos indo novamente pro parque do Harry Potter (Islands of Adventure, ver antigos posts), e andando contentes naquelas esteiras de aeroporto que te fazem andar mais rápido.

Até que ao longe, eu vejo uma mãe, assim, meio irritada, gritando com a filha e apontando pra ela. Me aproximei e... PORRA, ERA A MARINA, MEU AMOR!

Eu fui correndo ao contrário, morrendo de rir, pra gritar pro Carlinhos "A MARINA TÁ AQUI! A MARINA TÁ AQUI!".

O chato é que ela nunca soube da minha existência. Mal sabe que somos grandes amigas.

Agora... quais são as chances disso acontecer? De ela estar no mesmo lugar que eu, fazendo as mesmas coisas de ontem? O capiroto é mesmo forte.

E depois disso, já sabia que a viagem estava completa.



NO PRÓXIMO POST... Cirque du Soleil e o final da viagem. Não percam!

Quero dedicar este post à Marina, meu amor, onde você estiver, não esquecerei de você. XD





2 comentários:

Debora Mota disse...

"Porra, Marina, meu amor?" Ela falou assim mesmo? Kkkk. Pôxa, estou morrendo de pena da Marina. Ninguém merece uma mãe dessas. Quando crescer, a Marina vai ficar a maior chata, e a mãe vai fazer cara de santa e se perguntar "Onde foi que eu errei?"
Você escreve muito bem, Karla. Boa introdução e excelente conclusão. E o tom irônico que você usou nesse texto foi ótimo. Deu uma temperada. Muito bom.
Obrigada por me seguir. Um abraço!

Anônimo disse...

Porra, Marina, meu amor! Hahaha, muito engraçado. Bj Ana Luíza!