sexta-feira, 1 de abril de 2011

Procurando Nárnia


Estava passeando pela minha estante procurando algo novo para ler. Meus olhos logo bateram no grande livro preto, ainda intocado, esperando para ser aberto desde o Natal. Peguei-o. Na capa, um leão majestoso de olhos azuis e profundos, dourado como o Sol.

Aslam.

O grande leão cujo nome respeitamos e nos sentimos protegidos ao ouvir. Como uma simples junção de fonemas pode trazer tanto alívio e impor tanto temor, ao mesmo tempo? Não, não é só para o povo de Nárnia.

Você que assistiu o filme deve ter pensado o mesmo. Deve ter se encantado com Lúcia, A Destemida, assim como eu, lendo o livro. Deve ter o pensado o quanto aquele mundo era maravilhoso, assim como eu. Pois o filme foi adaptado de forma espetacular, e isso eu repito para quem quiser ouvir.

E quem não queria estar na hora da criação do mundo de Nárnia, em O Sobrinho do Mago, ouvindo o canto de Aslam ao lado de Polly e Digory, e presenciando o momento da primeira piada?

A princípio, pensei que os livros fossem, no mínimo, legais. Mas me dei de cara com uma história fantástica, onde parar de ler era o maior problema.

Depois do primeiro livro, citado acima, eu já estava completamente envolvida com as crônicas de Lewis. Mas, devo confessar, ele somente tomou o posto de um dos meus autores preferidos depois de uma pequena passagem em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa... a dedicatória.

"Minha querida Lucy,

Comecei a escrever esta história para você, sem lembrar-me de que as meninas crescem mais depressa do que os livros. Resultado: agora você está muito grande para ler contos de fadas; quando o livro estiver impresso e encadernado, mais crescida estará. Mas um dia virá em que, muito mais velha, você voltará a ler histórias de fadas. Irá buscar este livro em alguma prateleira distante e sacudir-lhe o pó. Aí me dará sua opinião. É provável que, a essa altura, eu já esteja surdo demais para poder ouvi-la, ou velho demais para compreender o que você disser. Mas ainda serei o seu padrinho, muito amigo".

- Dedicatória do livro escrita por C. S. Lewis à Lucy Barfield


Lembro de quando entrava nos guarda-roupas das casas e ficava os explorando, para ver se achava uma passagem secreta para um mundo mágico, há muito anos atrás. Peguei-me fazendo o mesmo nos dias de hoje, com o mesmo brilho no olhar de antigamente. Olhar este de expectativa, esperança e divertimento.

Sim, assim como Lucy, voltei a ler contos de fada depois de crescida. E esta é a minha opinião.

Obrigada, Lewis, por me devolver algo há muito perdido.
Você plantou um poste de luz na minha Nárnia, e ele já está crescendo.

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