- Você tem açúcar?
- Sim - o jovem respondeu.
- Quanto custa?
- Sete sicles o pacote.
-Vou levar.
E ele colocou na sacola.
-Você tem arroz?
-Está na promoção hoje - sorriu - Só cinco sicles.
-Vou levar.
E ele adicionou à sacola.
-Somente?
Hesitei.
-Você... você tem... amor?
Ele mal piscou.
-É claro que tenho amor.
Não pude conter o sorriso.
-Ando procurando em todos os lugares, mas não encontro de jeito nenhum - confessei - Parece que está em falta.
-Em falta? - admirou-se - O amor? Creio que não. Eu o vejo em todos os lugares.
-E quanto ele custa? - perguntei - Estou disposta a pagar qualquer quantia.
-Ele é grátis.
-Grátis? - exclamei - E onde ele está?
O jovem analisou com ternura meu rosto preocupado, sorriu novamente e disse:
-Em algum lugar aqui dentro - e apontou para o meu coração - É só procurar.
***
O amor é grátis.
Mas vale muito.
Amor se paga.
Se paga com beijos, abraços, um toque carinhoso com a mão.
Amor está em abundância.
Mas muitos não conseguem encontrá-lo
nem mesmo quando está bem na sua frente.
Quanto custa o amor?
O amor custa uma vida.
Pois custa uma vida para ter amor.
Sem vida, não há amor.
Sem amor, não há vida.
Cuide da sua vida.
Alimente seu amor.
***
-Encontrou seu coração? - perguntou o jovem feirante.
-Encontrei - respondi - Ele estava lá o tempo todo.
-E custou alguma coisa?
-Não, como você falou, foi grátis.
-Se foi grátis... posso roubá-lo para mim? - sorriu.
Onde quer que você olhar... lá estará.
Por: Karla Kizem
Nenhum comentário:
Postar um comentário